O repertório de obras dramático-musicais ocasionais em Portugal e no Brasil entre 1707 e 1834

Desde antes da chegada dos músicos italianos contratados por D. João V, em 1719, até à morte de D. Pedro IV de Portugal, 1º Imperador do Brasil, em 1834, houve uma extensa produção de obras dramático-musicais ocasionais destinadas, por um lado, à celebração de aniversários e dias onomásticos de membros da família real e, por outro, à celebração de outros acontecimentos de importância sócio-política, como, por exemplo, a inauguração da estátua eqüestre de D. José I, no Terreiro do Paço, em Lisboa, em 1775. Apesar da inegável importância musical deste conjunto de obras formado por cantatas, elogios, hinos e serenatas, compostos tanto em Portugal quanto no Brasil e apresentados na corte e nos teatros, sua história permanece cheia de lacunas, carecendo de estudos mais detidos. Neste pós-doutoramento, pretende-se documentar o desenvolvimento deste repertório entre 1707 e 1834, elaborando sua cronologia e identificando suas características musicais próprias, bem como sua relação com a sociedade contemporânea. Para tanto, será construída – a partir do levantamento das fontes disponíveis tanto literárias quanto musicais – uma base de dados cujos campos irão incluir: título, autor do texto/música, data de apresentação, nomes dos personagens, incipit de texto/música, esquemas métricos, etc. Além disto, estão previstas transcrições críticas das composições que julgarmos mais representativas.