As áreas de estudo nucleares no CESEM incluem a história e o património cultural, repertórios e suas fontes, modelos sócio‐comunicativos e recepção, processos cognitivos e psico‐acústicos e tecnologias musicais aplicadas.
O CESEM tem obtido reconhecimento internacional em todas estas áreas por causa da superior qualidade e do carácter inovador dos resultados publicados.
O CESEM adopta uma abordagem interdisciplinar e estrutura‐se, desde 2009, em cinco grupos de investigação:
1) Estudos de Música Antiga, 2) Música no Período Moderno, 3) Música Contemporânea, 4) Teoria Crítica e Comunicação e 5) Educação e Desenvolvimento Humano.
Os membros destes grupos colaboram transversalmente em seis linhas temáticas: 1) Paleografia e Edição Musical, 2) Estudos de Ópera, 3) Estudos Luso‐Brasileiros, 4) Iconografia Musical, 5) Música e Literatura e 6) Efeitos Terapêuticos da Música. Esta última é desenvolvida sobretudo através de parcerias externas.
Os investigadores também cooperam na organização de eventos científicos, projectos comuns, actividades de extensão e formação avançada de estudantes.
O CESEM participa em projectos conjuntos nacionais e internacionais. Tem parcerias, protocolos e acordos com centros de investigação e universidades de todo o mundo, com bibliotecas e arquivos, teatros, municípios e outros agentes culturais. E tem um papel activo, ou mesmo central ou de liderança, em redes científicas e organizações internacionais como, por exemplo, o Cantus Index, a RIMAI‐Rede de Investigação em Música Antiga Ibérica, o Caravelas‐Grupo de Estudos de Música Luso‐Brasileira, a Rede Ibero‐Americana de Sociologia da Música, a Rede de Teoria Crítica e a Sociedade Internacional de Musicologia.
Embora baseado na FCSH‐Universidade Nova de Lisboa, o CESEM integra equipas sediadas na Universidade de Évora e nos Institutos Politécnicos de Lisboa e do Porto e investigadores de outras instituições.
O CESEM acolhe estudantes de pós‐graduação, doutorandos e pós‐doutorandos e integra actualmente dois investigadores através do programa “Investigador FCT”.
Para apoiar a investigação e a formação avançada, o CESEM gere uma biblioteca especializada integralmente catalogada e pesquisável em linha, que constitui o recurso musicológico mais abrangente e permanentemente actualizado existente no país.
Tem também a seu cargo três laboratórios na FCSH‐UNL, equipados para tarefas específicas: 1) LIM‐Laboratório de Informática Musical, para investigação em som e música electrónica, 2) LAMCI‐Laboratório de Música e Comunicação na Infância, para investigação experimental em Psicologia da Música, com especial incidência na comunicação musical infantil, e 3) LAPEM‐Laboratório de Paleografia e Edição Musical, para estudos de fontes e repertórios e trabalho paleográfico e de edição musical no âmbito de projectos particulares ou do programa editorial do CESEM. Acolhe e desenvolve a PEM‐Portuguese Early Music Database e a base de dados de notação das Cantigas de Santa Maria.
Os principais objectivos estratégicos do CESEM para 2015‐2020 podem ser assim resumidos:
1) Consolidação das áreas onde obtivemos aclamação internacional. O pioneirismo mundial das bases de dados localizadas no LAPEM é sintomático do papel de liderança do CESEM na investigação sobre fontes musicais ibéricas, capacidade de iniciativa que permitiu a formação do RIMAI (Lisbon‐Oxford‐Madrid‐Barcelona). Os estudos sobre música luso‐brasileira foram transformados de forma radical pelo esforço da equipa internacional do CESEM e pela cooperação organizada em torno do grupo Caravelas. A investigação sobre Música e Comunicação na Infância do LAMCI tem sido elogiada em vários quadrantes como altamente inovadora e socialmente significativa e, simultaneamente, rigorosa em extremo na sua base metodológica. A investigação sobre sons e instrumentos electrónicos, centrada no LIM, levou já a um primeiro prémio nos EUA. A qualidade intelectual e arrojo interdisciplinar da investigação sobre ópera e música instrumental oitocentista, bem como sobre teoria crítica, fez com que o CESEM arrecadasse outro prémio em Itália e conseguisse publicar artigos em revistas das mais prestigiadas.
2) O CESEM tem actualmente uma massa crítica e um currículo ímpar, a nível nacional e internacional, em História da Música Ibérica e Luso‐Brasileira. Isto justifica a ambição de preparar, sobretudo em 2018‐2020, uma inovadora História Temática da Música em Portugal e no Brasil, para a qual todos os grupos do CESEM contribuirão, sob a direcção do respectivo coordenador. Até agora, tanto em Portugal como no Brasil, a História da Música tem sido geralmente limitada pela adopção anacrónica das fronteiras políticas actuais, a inferência para colmatar a investigação insuficiente, a transferência acrítica de paradigmas históricos de outros domínios artísticos, as suposições teleológicas sobre evolução estilística, levando à desvalorização ou supressão de modelos ou registos artísticos não‐canónicos, a escassa atenção prestada a modos de produção e comunicação, ignorância sobre os circuitos de troca ou transferência de música e de músicos e o preconceito social ou nacionalista. A nova História Temática da Música em Portugal e no Brasil, de carácter supra‐nacional, desafiará, tanto estas limitações, como as narrativas de matriz imperial, que reconhecem a validade artística apenas na medida em que esta se enquadra em modelos técnicos ou estéticos centro-europeus.