A Música de Órgão nos instrumentos para os quais foi concebida
Resumo
Este projecto explora a execução da música para órgão nos instrumentos para os quais foi concebida. Para tal, incidiu-se nas relações entre J. S. Bach e os órgãos Silbermann de Freiberg, na Alemanha, e entre Marcos Portugal e os seis órgãos Cerveira/Fontanes da Basílica de Mafra.
A experiência prática dos alunos foi complementada com um ciclo de conferências por especialistas em áreas directa ou indirectamente relacionadas com esta questão: André Ferreira, António Esteireiro, Jean Ferrard, João Vaz, Marco Brescia e Rui Vieira Nery. A deslocação a Freiberg, em Novembro de 2024, contou com aulas por Albrecht Koch e Clemens Lucke.
O movimento da interpretação historicamente informada tem dado grande importância ao contacto com os instrumentos históricos (originais ou cópias) – paralelamente à análise das fontes originais e ao estudo das técnicas históricas – como um dos meios para o executante se aproximar das intenções do compositor (Harnoncourt 1982, Donnington 1982). No caso do órgão, dada a diversidade de morfologias que os instrumentos foram apresentando ao longo do tempo (e segundo os locais de construção), a expressão “órgão histórico” designa uma multitude de instrumentos adaptada a uma igual diversidade de tipos de música. A importância do órgão como instrumento que espelha uma determinada época ou lugar – sendo assim diferente de todos os outros – só começou a ser explorada nas últimas décadas (Peeters 1999, Snyder 2002). A abordagem num instrumento moderno de uma obra concebida para um instrumento antigo é uma prática corrente em muitos instrumentos, embora a reflexão concreta sobre esta praxis performativa não seja tão frequente (Henriques, 2021).
Outros participantes: Albrecht Koch I André Ferreira I Clemens Lucke I Jean Ferrard I Marco Brescia I Rui Vieira Nery