Aberta inscrição no Curso de Verão CESEM/NOVA FCSH – Manuscritos Ibéricos medievais com música
Manuscritos Ibéricos medievais com música: elementos de codicologia e análise da notação
Data: 31 Ago a 4 Set
Horário: das 10h00 às 13h00 e das 14h30 às 16h30
Duração: 25h | 2 ECTS
Docente responsável: Elsa De Luca
Acreditação pelo CCPFC: Sim – Formação geral e adequada (dimensão científica e pedagógica): Professores dos Grupos 250, 610, M27, M30
Objetivos
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O curso fornece ferramentas essenciais para distinguir as principais tipologias de manuscritos musicais produzidos na Península Ibérica entre os séculos X e XVI. Com a ajuda de vários exemplos (fac-símiles de livros, imagens digitais) analisaremos os aspectos materiais dos manuscritos e o conteúdo (notação musical e repertórios). Um dos objetivos do curso é aprender a comentar de forma crítica os manuscritos musicais utilizando a terminologia correta. Ademais, os estudantes irão aprender a ler e transcrever as notações musicais ibéricas e identificar a datação aproximada das fontes.
Programa
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A primeira metade do curso analisará a escrita musical visigótica com uma pequena incursão ao mundo da criptografia musical ibérica (esse código secreto encontra-se apenas nas atas notariais e, de vez em quando, nos manuscritos litúrgicos mais antigos). A segunda parte do curso consistirá na análise de manuscritos gregorianos em notação aquitana de origem espanhola e portuguesa. Nesta secção iremos apresentar as principais características da escrita musical aquitana que se desenvolveu em Portugal e Espanha fornecendo assim as regras básicas para distinguir a origem dos manuscritos analisados. O curso tem uma componente principal de paleografia musical e irá desenvolver-se em torno das mudanças ocorridas na forma de escrever a música na Península Ibérica entre os séculos X e XVI. A primeira mudança consiste na substituição da escrita musical visigótica pela escrita aquitana, que foi importada do sul da França quando o rito visigótico foi abandonado e substituído pelo rito gregoriano, em 1080. A escrita musical visigótica deriva da notação ‘Frankish’ mas representa um desenvolvimento regional dessa notação muito peculiar. De facto, a notação ibérica é, dentro das notações mais antigas da Europa Ocidental, aquela que tem o maior número de signos musicais (‘neumas’) e é caracterizada também por uma complexidade gráfica que não se encontra em nenhuma outra região.
A segunda mudança ocorrida na maneira de escrever a música na Península Ibérica refere-se ao desenvolvimento duma particularidade gráfica na escrita musical aquitana. Os escribas portugueses utilizaram com muita frequência um expediente gráfico (o losango) para assinalar a nota abaixo do meio-tom. No curso aprenderemos a reconhecer o modo dos cantos a partir do losango.
A última mudança que ocorreu na maneira de escrever a notação musical relaciona-se com a difusão das ferramentas para escrever a letra gótica causando também uma alteração gráfica na aparência da notação aquitana. Nesta última parte do curso discutiremos como se desenvolveu o longo e lento processo de modificação gráfica da escrita aquitana até ao século XVI. A participação ativa dos estudantes é necessária ao desenvolvimento do curso. Os alunos serão encorajados a comentar os manuscritos analisados e a transcrever a notação. O curso prepara os estudantes para desafios editoriais relacionados à interpretação crítica e filológica da música antiga e a sua transcrição em edições modernas.
Requisitos prévios
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É aconselhável saber ler a notação musical.
PHOTO CREDIT: This image comes from the early tenth century ‘León Antiphoner’ (E-L MS 8). A full-digital reproduction of the manuscript is available for consultation at https://bvpb.mcu.es/es/catalogo_imagenes/grupo.cmd?path=26408