Mário Vieira de Carvalho

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Pólo
Nota Biográfica

Mário Vieira de Carvalho obteve o grau de doutor em musicologia em 1985 (Humboldt Universität, Berlin). A tese foi publicada na série Musiksoziologie (Bärenreiter; Kassel) em 1999. Entretanto, fora traduzida em português e publicada em Lisboa (Imprensa Nacional – Casa da Moeda)  em 1993. A sua investigação incide nas relações entre as práticas musicais e o meio social. As práticas musicais são práticas sociais. Manifestam-se em sistemas de comunicação estruturalmente acoplados a outros sistemas de comunicação social (ao meio social, em geral). Levar isso em conta é não só relevante para refinar a investigação musiciológica, incluindo p.ex. a “”análise da obra singular”” – como já demonstrara Christian Kaden, o seu orientador de PhD – mas também, desde logo, para auto-reflexão crítica da própria musicologia, no sentido de esta começar por ser uma “”sociologia da musicologia””. Ao introduzir em 1987 a disciplina de Sociologia da Música na Licenciatura em Ciências Musicais da Nova FCSH (UNL) e, mais tarde, no Mestrado, visava encorajar os estudantes e candidatos a investigadores a pensar criticamente a música e a musicologia, a cultivar e – o que não é menos importante – a não perder de vista que o conhecimento sociológico da música não pode suprimir do horizonte da pesquisa o  papel fundamental da própria música como conhecimento. O CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical, por ele fundado em 1997 e de que foi diretor efetivo até ser nomeado Secretário de Estado da Cultura em 2005, tem desenvolvido e alargado essas perspetivas, tendo-se tornado uma unidade de investigação de excelência, nos planos nacional e internacional, no campo da música/musicologia.

Para além da atividade e produção científicas, registe-se ainda a intensa atividade empreendida, desde os seus tempos de estudante da Faculdade de Direito de Lisboa e líder do movimento estudantil (meados dos anos 60), como organizador de atividades culturais, no contexto de um movimento mais largo e abrangente de resistência cultural e política à Ditadura. Os seus primeiros escritos de crítica musical remontam aos anos 60. No final dos anos 90 já somavam mais de um milhar  (contando com crónicas e artigos de opinião que tem publicado na imprensa).

Áreas de interesse: Filosofia e Sociologia da Música, Teoria Crítica, Estudos de Ópera, Música Contemporânea, Música e Literatura, Música e Política.