
Ciclo Conferências CysMus – Sessão com Jonas Runa
Março 27 @ 18:30 - 19:30 WET
Free
O evento oferece encontros regulares ao longo do ano, com sessões de uma hora (30 minutos de apresentação seguidos de 30 minutos de debate). Com uma diversidade de temas ancorados nos objectivos do grupo, as conferências são abertas ao público, que poderá participar através do Zoom.
As temáticas abordadas incluem sistemas algorítmicos e inteligência artificial; produção, circulação e consumo de música em plataformas digitais; formatos de audiovisão, como vídeos musicais, jogos digitais e cinema; música de catálogo; e culturas e comunidades online, entre outros.
A iniciativa promove um espaço de diálogo interdisciplinar sobre música e som nos media digitais e audiovisuais, contribuindo para a expansão do conhecimento e a troca de ideias.
A terceira sessão, às 18h30 de 27 de Março, será assegurada por Jonas Runa e moderada por Vinícius de Aguiar e André Malhado. A palestra “O Grito da Terra” está organizada em quatro partes. Primeiro, descrever-se-á como os mais recentes desenvolvimentos no cenário político não parecem indicar um futuro promissor no enfrentamento da crise climática. Além disso, a combinação desse ambiente político com a recente sucessão de recordes climáticos excepcionais, que colocam a vida na Terra sob ameaça, reforça ainda mais a evidência de que estamos na antecâmara do desastre. Em seguida, abordar-se-á o problema a partir da perspectiva das ciências da complexidade, ampliando o debate com uma teia intrincada de questões heterogéneas. Depois de desfazer alguns equívocos sobre energia e entropia, discutir-se-á como os pontos de ruptura prejudiciais e ciclos de retroalimentação não lineares entre as emissões e o aquecimento global apresentam alguns dos desafios mais complexos. Especulações sobre o paradoxo de Fermi e sobre as mudanças climáticas biogénicas na antiguidade conduzir-nos-ão à próxima secção, cujo foco recai nas relações frequentemente ignoradas ou esquecidas entre as alterações climáticas e o ambiente acústico da Terra. Ao cruzar uma variedade de disciplinas científicas, o som oferece um modelo eficaz para um pensamento abrangente – uma competência crucial para reagir à crise climática. Após destacar os impactos nas componentes geofónica e biofónica, reflectir-se-á sobre o valor epistémico do som, especialmente através da perspectiva da «acustemologia».
Por fim, questionar-se-á quais as possíveis contribuições das Artes Sonoras (se houver alguma) para este processo.
Jonas Runa é investigador e artista, com trabalho no campo da new media art, performance e multimédia, esculturas sonoras, light art, instalação interactiva, improvisação/composição musical e dança contemporânea. É Professor Associado na Universidade Lusófona, onde exerce os cargos de director da Licenciatura em Ciência e Tecnologia do Som e do Mestrado em Produção e Tecnologias do Som. O seu trabalho artístico foi apresentado no Museo Guggenheim Bilbao, 55ª e 56ª Bienal de Veneza, 798 Art District (Pequim), ARoS Aarhus Kunstmuseum, Galerie Scheffel (Frankfurt), Fundação Logos (Ghent), Museo de Arte Contemporáneo (Santiago do Chile), Théâtre de la Ville (Paris), Arnold Schoenberg Hall (Holanda), Yorkshire Sculpture Park (UK), entre outros. É licenciado em Sonologia pelo Royal Conservatory of the Hague (Holanda) e Doutor em Ciência e Tecnologia das Artes pela Universidade Católica Portuguesa. Desenvolveu o projecto individual CEEC de pós-doutoramento Sound at the Edge of Consciousness sediado na FCSH, Universidade Nova de Lisboa, e foi co-investigador principal do projecto TEPe – Technologically Expanded Performance, ambos financiados pela FCT. Fundou com Jorge Lima Barreto o duo ZUL ZELUB, em 2007, para piano e música electrónica. É Coordenador científico e co-autor do livro «O Elogio da Abertura: Ensaios e Diálogos sobre a Materialidade da Comunicação Estética» (Documenta/Sistema Solar, 2025). Em 2021, foi eleito para o Seminário Jovens Cientistas da Academia de Ciências de Lisboa.
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