Pedro Miguel Nunes
Pedro Miguel Nunes, barítono, é Licenciado em Canto (ESMAE – IPP) e em Estudos Portugueses (FCSH), Mestre em Música – Interpretação em Canto (Universidade de Évora) e em História Medieval (FCSH) e também Doutorado em Música e Musicologia, variante Interpretação – Canto (Universidade de Évora). Em termos artísticos, aperfeiçoou-se com grandes nomes do Canto Lírico tais como Montserrat Caballé, Teresa Berganza, Jose van Dam, Francisco Lazaro e Yvonne Minton e trabalhou com prestigiados docentes, tais como Helmut Lips (Escola Superior Música Estugarda), Laura Sarti e Lorraine Nubar (Julliard School). Nos últimos anos e ao longo do seu Doutoramento, tem trabalhado regularmente com a grande soprano portuguesa Elsa Saque. Tem interpretado grandes papéis do Bel Canto e da Ópera Romântica tais como Toreador (Carmen), Valentin (Fausto), Rodrige (Don Carlo), Jago (Otello), Conde Malatesta (Don Pasquale), Conde Tomsky (Dama de Espadas), Príncipe Yeletsky (Dama de Espadas), Oneguin (Evgueni Oneguin) e Fígaro (Barbeiro de Sevilha), bem como da Ópera Barroca e Clássica, tais como Rinaldo (Händel), Orfeo e Euridice (Gluck), L’Incoronazione di Poppea (Monteverdi) e diversas personagens mozartianas, tais como Papageno (A Flauta Mágica), Bartolo (As Bodas de Fígaro), Dom João (Don Giovanni) e Fígaro (As Bodas de Fígaro). É, também, um apaixonado pela Oratória e pela Música Sacra, tendo já cantado importantes obras como os Stabat Mater de Vivaldi, Rossini e Pergolesi, o Nisi Dominus de Vivaldi, árias e recitativos das Paixões de Bach, o Magnificat de Bach, o Lamento de Christoph Bach, o Salve Regina em Fám de Pergolesi, o Requiem de Mozart e a Missa Solemnis de Beethoven, etc. O seu percurso artístico já o levou a cantar pela Europa, principalmente em França, Espanha, Rússia, Itália, nalguns dos mais importantes Festivais de Música. Em Portugal, fundou o Ensemble Vox Angelis, com o qual já realizou mais de 400 Concertos nas melhores salas de espectáculo do país, trabalhando com mais de 140 Câmaras Municipais Portuguesas.
Nunes, Pedro Miguel, “A Criação do Barítono Verdiano: um caso paradigmático na performance lírica do século XIX”, comunicação e artigo publicado no VI Encontro Nacional de Investigação em Música (ENIM2016), organizado pela SPIM (Sociedade Portuguesa de Investigação em Música) e pela Universidade de Aveiro, Aveiro, Novembro de 2016.
Nunes, Pedro Miguel, “ O Coral Va Pensiero e a sua conversão em Canção Revolucionária contra a ocupação austríaca do norte de Itália “, comunicação e artigo publicado na Conferência Internacional Canção de Protesto e Mudança Social, organizado pelo INET – FCSH, Instituto de História Contemporânea – FCSH, Observatório da Canção de Protesto, Câmara Municipal de Grândola, Associação José Afonso, Junho 2016.
Nunes, Pedro Miguel, “ A Criação da Figura do Diabo na Ópera Romântica: a construção de Iago em Giuseppe Verdi, um processo de demonologia “ – comunicação e artigo publicado no III Encuentro IberoAmericano de Jóvenes Musicólogos, organizado pela Tagus Atlanticus, CESEM (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas), Conservatório Superior de Música Manuel Castillo (Sevilha) e pela Universidade de Sevilha, Actas do Congresso, Março 2016.
Nunes, Pedro Miguel, “Música no Paraíso”, Programa de Autor realizado pelo próprio para a Rádio Antena 2, baseado em 13 episódios distintos sobre Música Sacra: Música Bizantina; Canto Gregoriano; Ars Antiqua e Ars Nova; Hildegard von Bingen; Música Cristã do Renascimento; Palestrina; Barroco na Música Sacra; Bach; Música Cristã e o Iluminismo; Romantismo Cristão; Música Ortodoxa Russa; Gospel; Música Cristã do Pós-Modernismo; Lisboa, 2015 (todos os episódios podem ser consultados em: www.youtube.com/user/voxangelis).
Elsa Saque (c)
Na minha Tese de Doutoramento, procurei estudar e analisar, numa perspectiva histórica, dramática e musical, um dos maiores contributos de Verdi e das suas óperas para a História da Música – a criação do Barítono Verdiano. Esta voz, conceptualmente nova, capaz de se fazer ouvir numa orquestra sinfónica, com um escuro melancólico nos graves e um spinto dramático nos agudos, herdou a tradição do Tenore Dramatico de voz mais encorpada. Mistura de Basso Cantante com Tenore Dramatico, era o timbre preferido do compositor, uma vez que era uma voz masculina de carácter, beligerante e agressiva, mas, também, capaz de transmitir sentimentos de nobreza, altivez, ternura e fragilidade. Nesta investigação, trabalhei, especificamente, cinco Barítonos Verdianos e a criação das suas óperas – Nabucco, Rigoletto, Simon Boccanegra, Iago (Otello) e Falstaff – numa perspectiva histórica, de construção dramática e musical, enriquecendo os estudos muitos parciais e desarticulados que existem sobre estas personagens.