Homo Cantans: A Ópera no Campo Alargado
Resumo
O tema desta investigação é a transformação e a redefinição da ópera, a expansão do seu campo e o alargamento do seu mundo. O foco é a prática operática recente, que nos leva para além das normas e protocolos do que é convencionalmente considerado uma ópera. Algumas das formas em que a ópera vai “para além de si própria” são um local fora da casa de ópera (jardim botânico, fábrica, estação ferroviária, piscina); a redefinição das vozes operáticas convencionais através do uso da tecnologia (a voz “monstruosa”, a vocalidade alargada, a ópera vocaloid); a transformação dos meios operáticos comuns (ópera subaquática, ópera 3D, ópera na Internet, ópera no Facebook); a reinvenção da própria noção de “ópera” em diferentes contextos sociais e/ou económicos (Operndorf Afrika, The Bicycle Opera Project); o trabalho operático transformado em prática curatorial (por exemplo, “And You Must Suffer” (2017) de Pierre Audi ou “7 Deaths of Maria Callas” (2020) de Marina Abramovic). O objectivo da investigação é mapear estas tendências da “ópera no campo expandido” e identificar e discutir as implicações teóricas, artísticas, económicas e mesmo políticas dessa prática, mostrando ao mesmo tempo como o impulso humano essencial de cantar se reinventa na era dos novos meios de comunicação.